Acesse:

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fatos e Fotos: Professor de Educação Física apresenta palestra em Fórum paulista

Organizado pelo Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo, evento debateu novos caminhos para a Educação Física e o esporte na escola
Portal UnG (23/09/2010) – O docente do curso de Educação Física da UnG, prof. ms. Luis Sanches Neto, ministrou palestra para mais de 500 pessoas durante o I Fórum Paulista de Sustentabilidade da Educação Física e do Esporte na Escola, promovido no dia 2 de setembro, em Franca, pelo Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo – CREF4/SP

Sanches, que é mestre e doutorando em Educação Física Escolar e membro do Núcleo de Pesquisa em Estudos sobre Formação Profissional no Campo da Educação Física, apresentou quatro argumentações para discussão (veja abaixo). Segundo o docente, o Fórum foi uma iniciativa importante para o aprofundamento do debate sobre a Educação Física Escolar e suas relações com o esporte. “A expectativa de encaminhamento de um debate bastante aprofundado foi satisfeita, pois foi reforçada a releitura crítica do documento base. Nossa ideia é buscar o diálogo entre os professores universitários, pesquisadores e os professores que trabalham na Educação Básica, visando elucidar coletivamente tanto os argumentos quanto as expectativas conflitantes acerca da Educação Física Escolar”, apontou o professor.

Segundo o conselheiro do CREF4/SP, prof. Roberto Jorge Saad, houve uma boa participação dos professores em atividade nos ensinos público e particular.


Teses

Tese primeira – Sobre a coerência do componente curricular no projeto educacional brasileiro: a Educação Física Escolar, assim como o tratamento do esporte no âmbito escolar, somente podem ter coerência enquanto proposições teórico-metodológicas e práticas concretas cotidianas dentro de um projeto viável de escolarização, em que a escola seja uma instituição (trans)formadora da realidade brasileira de modo integral na vida de seus alunos, e não seja um arremedo em que crianças simulam “turnos” de trabalhos forçados.

Tese segunda – Sobre a especificidade do componente curricular no projeto educacional brasileiro: os tempos e os espaços da Educação Física Escolar não podem se submeter aos interesses imediatos ou a médio e longo prazo do esporte, sob o risco de que a Educação Física se esvazie (novamente) de seu significado como prática pedagógica concreta e necessária na escolarização brasileira, que tem conteúdos próprios para ensinar aos alunos de modo a modificar suas vidas no sentido de sua emancipação.

Tese terceira – Sobre a pertinência do esporte no projeto educacional brasileiro: o esporte não pode ser tratado na escolarização de modo desvinculado ao projeto político e pedagógico mais amplo, sob o risco de reproduzir (novamente) a alienação dos alunos envolvidos na prática esportiva, ao invés de contribuir para sua emancipação; nem pode tratar apenas do modelo representativo do esporte que notadamente não contempla os interesses coletivos dos alunos.

Tese quarta – Sobre a projeção do esporte além das idiossincrasias do projeto educacional brasileiro: os interesses do esporte em seu sentido mais restrito não podem se sobrepor aos interesses educacionais pelo esporte no âmbito escolar, sob o risco de perpetuar o modelo perverso em que ele é praticado nos clubes sistematicamente afasta os alunos de seu processo de escolarização, aliciando-os para o engajamento na prática esportiva de modo desvinculado de propósitos educativos.
Compartilhe:

Voltar