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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Professora da UnG lança Atlas sobre acidentes de trânsito

A obra representa uma ferramenta de grande importância para a formulação de políticas e ações que possam reduzir o número de acidentes no País
Portal UnG (27/09/2007)- As profas. dras. Maria Sumie Koizumi (UnG) e Maria Helena de Mello Jorge (USP) lançaram recentemente o livro Acidentes de Trânsito no Brasil: Um Atlas da sua Distribuição, com dados estatísticos sobre acidentes e números de mortos e feridos em todo o País nos últimos dez anos. O livro foi tema da palestra apresentada pelas professoras em 8 de setembro no VII Congresso Brasileiro e V Latino-Americano sobre Acidentes e Medicina de Tráfego, organizado pela Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).

Segundo o Atlas, morrem cerca de 100 pessoas por dia vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Com relação a esse fato, a dra. Maria Sumie identificou uma curva de redução dos mortos e feridos após o lançamento do novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em setembro de 1997, talvez pelo fato de os motoristas terem medo das penalidades previstas no documento. "Os números continuam acentuados porque embora a lei seja dura, a fiscalização ainda é deficiente", diz.

Em números absolutos, a maioria das ocorrências vem do Estado de São Paulo, que tem a maior frota de veículos do Brasil. Mas, quando se leva em conta a população local, o primeiro do ranking é Mato Grosso, com 32,1 acidentes com mortes para cada 100 mil habitantes, seguido por Santa Catarina (32), Paraná (31), Mato Grosso do Sul (30,4), Tocantins (30), Goiás (29,4), Espírito Santo (25,8), Rondônia (23,6) e Sergipe (22,1). São Paulo figura apenas na 17.ª posição, com 17,9.

A obra também relata o significativo aumento de 540% no número de motociclistas mortos no trânsito. Entre 1996 e 2005, a proporção passou de 0,5 para 3,2 por 100 mil habitantes. “Os acidentes de moto têm uma associação com os acidentes de trabalho”, afirma a docente da UnG, que é editora da recém-lançada revista eletrônicaSaúde, da própria Instituição.

Koizumi refere-se ao uso de motocicletas no exercício de atividades profissionais, como a entrega de encomendas, o transporte de pessoas e o controle de rebanhos. Para combater o problema, a pesquisadora defende a criação de uma lei federal que regulamente essas funções.

Outro destaque do Atlas é em relação ao sexo e faixa etária das vítimas. Homens jovens, na faixa dos 20 a 30 anos, morrem mais no trânsito. De quatro vítimas fatais, três são do sexo masculino. O estudo também revelou que os pedestres e motociclistas são as principais vítimas de acidentes, sejam fatais ou não.

Para produzir o estudo, as pesquisadoras utilizaram informações do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Detran (Departamento de Trânsito) e Ministério da Saúde. Segundo as autoras, o material inclui pouco texto e muitas ilustrações informativas para facilitar a compreensão e absorção dos dados.

O livro teve ampla repercussão na mídia, com entrevistas das autoras para o Jornal Nacional e O Globo.
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