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segunda-feira, 8 de maio de 2006

Fórum Permanente de Educação UnG reúne 2 mil pessoas

O convidado Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação, falou sobre a importância da avaliação no ensino.
O ministro da Educação que conseguiu a inclusão de 97% das crianças de 7 a 14 anos nas escolas, implantou o Provão (sistema de avaliação do ensino superior que hoje foi substituído pelo Sinaes) e lançou o Programa Alfabetização Solidária alcançou outra importante marca, a qual, confessou nos bastidores, que nem ele mesmo, no alto de seus mais de 30 anos de atuação no campo da educação, esperava. Mais de 2 mil pessoas lotaram o espaço de eventos do campus Guarulhos-Dutra da UnG na manhã do último sábado, 6, para ver Paulo Renato Souza destrinchar o bê-á-bá da educação nacional.
A palestra, uma iniciativa do Fórum Permanente de Educação, projeto criado em 2005 pela UnG para debater assuntos de interesse - internos e externos - à Universidade, reuniu alunos, professores, diretores de ensino e pessoas interessadas em um novo projeto de educação para o País, tema debatido pelo economista, ex-secretário da Educação do Estado de São Paulo, ex-reitor da Unicamp e ex-ministro da Educação das duas gestões do governo Fernando Henrique Cardoso.
Paulo Renato iniciou o evento traçando uma linha paralela entre a evolução dos vários setores no mundo, como a tecnologia, e o atraso que se mantém na área da educação em vários países, como no Brasil.
Citando as grandes conquistas de sua gestão, como o combate ao analfabetismo, delegou às constantes trocas de ministros da pasta a dificuldade de implantação de um projeto consistente para o País. “Em quase quatros anos já tivemos três ministros da Educação, todos com diferentes enfoques de administração, o que não permite que idéias concretas sejam efetivamente colocadas em prática.”
Como projeto de educação, o ex-ministro defende o investimento no ensino fundamental e médio. Embora veja como essencial uma reforma universitária, disse que é preciso se preocupar com as etapas que antecedem o ingresso na universidade, uma vez que a deficiência dos alunos é muito grande.
Uma das ferramentas que podem ser exploradas para melhorar a educação nacional, segundo Paulo Renato, é a avaliação do ensino. Dando como exemplo o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ele acredita que é possível desvendar erros e apontar as soluções por meio desse instrumento.
Em entrevista ao programa “Espaço e Comunidade” da UnG, Paulo Renato se mostrou favorável à idéia de que alunos da rede pública tenham cotas em universidades públicas, no entanto, entende que antes é preciso capacitar esses estudantes. “Permitir o acesso ao ensino superior de alunos sem preparo será um verdadeiro retrocesso, uma vez que não conseguirão aspirar o conteúdo e acompanhar quem teve uma boa preparação”, enfatizou.
Durante a apresentação o ex-ministro condecorou a UnG pelo trabalho de valorização da educação em Guarulhos e na região do Alto Tietê. Disse que “a Universidade, dona de uma expressiva tradição, já deixou marcas convincentes de sua qualidade”.
O chanceler da UnG, Prof. Antonio Veronezi, e o reitor, Prof. Dr. Valmor Bolan, ambos presentes no evento, exaltaram a apresentação de Paulo Renato, assim como as idéias defendidas pelo ex-ministro. O pró-reitor de Assuntos Comunitários da Universidade, Prof. Ms. Nelson Figueiredo Filho, que já foi parceiro do ex-ministro no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), entregou a ele um certificado de participação no Fórum Permanente de Educação.
Ao final da palestra Paulo Renato ainda respondeu a perguntas da platéia.




Atualmente exercendo a função de consultor da Paulo Renato Souza Consultores, o economista disse que, após cinco anos longe da vida pública, voltará à política.
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