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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Meio ambiente, cultura e cidadania foi pauta de evento da UnG

Será a tecnologia a causa ou a solução para os problemas ambientais? Quais são os desafios da secretaria do Meio Ambiente de Guarulhos para o desenvolvimento sustentável do município? De que forma a sociedade e seu atores sociais podem agir como agentes transformadores em seu meio?

Estes foram os principais questionamentos levados na noite de terça-feira, dia 10, no anfiteatro F da UnG, para uma platéia formada por alunos dos cursos de Serviço Social, Educação Artística e Web Design da Universidade Guarulhos. A mesa redonda “Meio ambiente, cultura e cidadania”, organizada pelo curso de Serviço Social, contou com a contribuição dos palestrantes Alexandre Kise, secretário municipal do meio ambiente de Guarulhos, Newton C. Braga, físico e professor de Mecatrônica, Anita Pereira do Amaral Oliveira, assistente social da secretaria de saúde de São Paulo, e dos docentes da UnG, Ana Cláudia Fernandes, socióloga e antropóloga, que conduziu os trabalhos da mesa, e a diretora do curso de Serviço Social, Dagmar dos Santos.

O objetivo do evento foi o de compreender melhor o papel da educação e dos seus agentes na construção de um desenvolvimento com justiça social, centrado nas necessidades humanas e que não agrida ao meio ambiente e nos ensine a viver de forma sustentável.

O físico e professor de mecatrônica, Newton C. Braga, autor de mais de cem livros, abriu as apresentações falando sobre a influência da tecnologia em relação ao meio ambiente. Com o aumento, de forma desordenada, das atividades humanas, colocando em risco o meio ambiente, a preocupação de todos com a proteção de tudo que nos cerca tomou grandes dimensões. Discutir todas as formas possíveis de proteger nosso meio ambiente da agressão do próprio homem, levando em conta os recursos tecnológicos é a saída e isso incluiria usar a tecnologia para proteger a natureza e não agredi-la.

Segundo Braga, todos os dias descobrem-se novas tecnologias para facilitar a vida do ser humano, mas será que estamos preocupados com os danos que elas podem causar às pessoas e ao meio ambiente?

Segundo Braga, não somente celulares e fornos de micro-ondas consistem numa ameaça para a nossa saúde, dada a radiação que emitem. Mais do que isso, os próprios fios elétricos, que estão em toda parte, criam campos magnéticos cujos efeitos só agora preocupam pesquisadores do mundo inteiro. “Associados a doenças como o câncer, os campos de baixa frequência consistem numa ameaça tão grande como a radiação dos celulares para a nossa saúde. A polêmica sobre o perigo dessas radiações se arrasta há muitos anos, mas finalmente organizações mundiais estão tomando consciência da dimensão do perigo”, esclarece.

“Não ha, certamente, a esperança de se encontrar na tecnologia uma panacéia para todos os males ou de se gerar soluções definitivas para grande parte dos problemas enfrentados. Para defender o meio ambiente de uma deterioração maior causada pela própria ação do homem, tudo é válido. Se é a tecnologia avançada muitas vezes a responsável pela agressão ao meio ambiente, levando-o a um estado deplorável, ela também pode ser usada em sua defesa”, observou Braga.

O avanço de nossos conhecimentos nos tem ensinado que a compreensão sobre as causas dos problemas ambientais não cessa de evoluir e que as soluções encontradas são necessariamente transitórias, mas agir é para reverter isso, através de ações e políticas públicas é necessário e isso é o que a Secretaria do Meio Ambiente de Guarulhos vem tentando fazer. O secretário Alexandre Kise, mostrou um breve raio-X dos problemas enfrentados no município de Guarulhos e quais são os desafios e as ações da Secretaria do Meio Ambiente para fazer cumprir a Lei e preservar o meio ambiente.

Segundo Kise, Guarulhos tem muitos desafios pela frente. Um deles é crescimento populacional que prevê que em 40 anos, o município terá o dobro da população que tem hoje – 1.300.000 habitantes. Como risco, a cidade já enfrenta a expansão constante da mancha urbana em direção à periferia, a cidade tem consumido seus recursos naturais. Nesse sentido, a secretaria atua de forma intensiva fiscalizando suas áreas de preservação e impedindo o avanço populacional nestes locais. “Impedir a ocupação nessas áreas é um desafio diário da secretaria, mas como estará a cidade daqui a 40 anos?”, indagou Kise.

Outra questão levantada por Kise que fez refletir a platéia presente foi a questão do lixo produzido na cidade. “Guarulhos, em 20 anos, não terá mais onde despejar seu lixo, pois o aterro sanitário da cidade não comportará mais sua atividade. Precisamos criar novas tecnologias para reverter isso ou diminuir a produção de lixo”, revelou.

“O Planeta vive um desequilíbrio natural por nossa culpa e as vitimas serão as crianças. No futuro, nós dependeremos delas para mudar essa situação, mas que educação estamos dando a elas?”, indagou.

A assistente social, Anita Pereira do Amaral, fechou a noite de palestras trazendo uma reflexão sobre educação ambiental, cultura e cidadania como conexão necessária para tudo que foi discutido. Mais do que isso, mostrou aos futuros assistentes sociais que eles terão um papel fundamental na construção de um desenvolvimento com justiça social, centrado nas necessidades humanas e que não agrida ao meio ambiente e nos ensine a viver de forma sustentável.

“Precisamos trilhar ainda um longo caminho, não somente de debates acadêmicos, teóricos, mas precisamos ser experimentados na prática.
Nosso futuro comum depende de nossa capacidade de entender hoje a situação dramática na qual se encontra o Planeta Terra devido à deteriorização do meio ambiente. Isto requer a formação de uma nova consciência planetária e é isso que buscamos promovendo eventos como esse”, concluiu
a professora Dagmar dos Santos, diretora do curso de Serviço Social.
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