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domingo, 24 de janeiro de 2010

Diploma à terceira idade

Colação de grau da primeira turma da Uati-UnG coroa programa que tem como principal virtude orgulhar idosos
Portal UnG (25/01/2010) – A pressão alta, a artrite e a artrose são coisas do passado na vida da aposentada Meire Amendoeira, de 72 anos. O ciclo de amizades, a hidroginástica no início de tardes e o contato com o mundo virtual transformou a rotina da dona de casa, que no início de 2006 viu-se diante de uma depressão após o falecimento do marido. “Encontrei na UnG uma segunda família”, revelou ela, emocionada, minutos antes de receber o diploma de “Qualidade de Vida”, durante cerimônia de colação de grau da primeira turma da Universidade Aberta da Terceira Idade (Uati) da UnG,  realizada no dia 22.

O evento certificou cerca de 70 senhoras e senhores estudantes, que nos últimos quatro anos colocaram à prova o pensamento do pintor Vicent Van Gogh: “Que seria da vida, se não tivéssemos o sonho de tentar algo novo”. “Minha vida sempre foi feita de sonhos”, afirmou Terezinha Lovatel, de 60 anos, também formanda da Uati-UnG. “E quando, há quatro anos, pisei pela primeira vez numa universidade, realizei o principal deles”.

Terezinha estava em princípio de depressão, após a morte do marido, quando leu no jornal a notícia da abertura de um curso específico para a terceira idade. Não hesitou: trocou a nostalgia por novas perspectivas e, a partir deste ano, sairá da condição de aluna para professora da Uati. “Minha vida deu uma guinada. A qualidade de vida que conquistei é notória”, aponta. O filho, Henrique, que acompanhou a trajetória da mãe nas aulas, confirma: “Ela ganhou autonomia, espírito de iniciativa. Hoje, o computador que estava encostado em sua casa tornou-se ferramenta de comunicação com os amigos, a família. A felicidade dela é nossa também”.

De bata e capelo, seu Lourival de Melo tenta organizar as ideias. “São quase nove décadas de história meu filho. Tenho muita coisa para contar”. Está emocionado. Ex-motorista de ônibus, fez da Uati-UnG um destino sem paradas. “Daqui não saio mais”, afirmou ele, que pretende continuar a frequentar as aulas de internet.

Lourival não teve depressão nem qualquer outro problema de saúde. Seu ingresso no programa foi no intuito de evitar uma pequena ranzice que surgia após 32 anos de aposentadoria. “Vi que comecei a reclamar muito da vida. Então busquei algo para mudar isso. Aqui encontrei não apenas conhecimento, mas principalmente amigos, com quem compartilho sonhos e alto astral”. Sua principal lição, diz, foi ter ingressado velho “e saído idoso”.

Lição, aliás, não é algo restrito aos alunos da universidade da terceira idade. Para os orientadores do programa, a experiência de vida de cada aluno é igualmente valiosa a uma descoberta científica, por exemplo. “Lecionar para eles é algo especial. A vontade de viver que demonstram nos impulsiona. É uma troca muito saudável”, relata Kátia Suzue, há quatro anos na Uati. “Aprendemos lições que não existem em escola nenhuma no mundo”, complementa a coordenadora do programa, profa. Lislei Freitas.

Do ponto de vista acadêmico, a participação de alunos como orientadores no programa se traduz em ganho à carreira. “A troca com outros profissionais e a exigente preparação para as aulas são ótimos ingredientes para o mercado, sem falar na possibilidade da descoberta de potenciais educadores”, avalia o vice-reitor Acadêmico da UnG, prof. PhD Carlos Alberto Vicchiatti.

Para ele, a Uati-UnG, que é vinculada à Vice-Reitoria de Extensão da Universidade, denota o empenho da Instituição em atender à comunidade e proporcionar a ela qualidade de vida. “Todos eles [alunos da Uati] merecem aplausos”. 

A cerimônia de colação de grau foi realizada pela Prisma Formaturas e contou com a participação de professores do programa, familiares e amigos dos formandos da Uati-UnG e do chanceler da Universidade, prof. Antonio Veronezi.

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