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sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Brasileiros têm direito a atendimento fonoaudiológico

Em audiência pública realizada em 13 de setembro, na Câmara dos Vereadores de Guarulhos, os fonoaudiólogos da UnG iniciaram um movimento para que os órgãos públicos reconheçam a importância da especialidade para os cidadãos.
Comandada pelo vereador Eduardo Rodrigues, o Dudu, a reunião contou com a presença e o apoio da candidata a deputada federal Janete Pietá e com a palavra do vice-reitor da UnG, Nelson Figueiredo Filho, da diretora do curso de Fonoaudiologia da UnG, Eliana De Martino, da coordenadora do Projeto Voz Márcia Menezes, da coordenadora de Estágios em Fonoaudiologia da UnG, Fabíola Mecca, e do secretário-adjunto da Saúde, Marco Antonio Izzo.
O secretário afirmou que a Secretaria da Saúde tem ouvidos e entende que essa ação cidadã dos fonoaudiólogos tem valor e é muito importante. Izzo disse, “tenho certeza, que ao levar ao Dr. Paulo Capucci (secretário da Saúde de Guarulhos), essas demandas, poderemos construir, em parceria com os senhores, uma nova solução”.
Os números do setor impressionam, dados do IBGE e do Conselho Federal de Fonoaudiologia mostram que, em São Paulo, são 1.000 pessoas para 0,25 fonoaudiólogo. Já em Guarulhos, a situação piora, 0,1 fonoaudiólogo para 1.000 pessoas, ou seja, 1 fonoaudiólogo precisa atender 9.230 pessoas, disse Márcia Menezes.
Para reverter esse cenário, os fonoaudiólogos propõem a inserção da Fonoaudiologia nas políticas de saúde e educação. Segundo o vereador “Essa medida vai melhorar, não apenas o atendimento à população, mas também a oferta de trabalho”.
À frente da iniciativa, a diretora do curso de Fonoaudiologia da UnG, Eliana De Martino, disse que “deixamos a desejar na implantação de procedimentos em promoção de saúde, como o sistema público de vacinação referente à rubéola, uma das grandes causas do nascimento de deficientes, não só auditivos mas visuais e mentais”. Ela explica que “a síndrome da rubéola congênita acomete o feto, e muitas mulheres com idade para gerar um filho não têm a informação necessária sobre a importância da vacinação”.
Os serviços de saúde, educação e segurança são de responsabilidade do Estado e direito constitucional de todo cidadão.
“Se somos incompetentes para promover a saúde, devemos oferecer, neste momento, condições de reabilitação. Este é também o papel do fonoaudiólogo”, enfatizou a diretora.
Izzo acrescenta que “o SUS – Sistema Único de Saúde está em construção e se constrói pela pressão das categorias, pela sociedade organizada e por aqueles que querem ver um sistema de saúde público de qualidade para a população sem privilégios. Porém, o financiamento do sistema tem de ser mais maduro e contar com os três níveis: o governo federal, estadual e municipal”.
Entre as propostas apresentadas, mereceu destaque a do vice-reitor da UnG, Nelson Figueiredo, para a criação do “Selo de Qualidade Profissional em Fonoaudiologia”, conferido pela Secretaria da Saúde em parceria com a UnG às empresas que oferecem atendimento fonoaudiológico aos funcionários e/ou que possam contratar fonoaudiólogos. Segundo Figueiredo, “cuidar da saúde auditiva e vocal dos funcionários é uma atitude também de responsabilidade social”.
Outra sugestão foi a criação de estágio remunerado em fonoaudiologia pela Prefeitura com a oferta de vagas por concurso público para recém-formados e estudantes. A próxima reunião, agendada para o dia 20 de setembro, às 13h, na clínica de Fonoaudiologia da UnG, tem na pauta o levantamento de propostas que entrarão em votação, o mais breve possível, na Câmara Municipal de Guarulhos.


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