Afinal, qual é a responsabilidade social de um profissional da Engenharia? “É não se limitar às suas funções e desenvolver ferramentas que possam colaborar, de maneira segura, com o dia-a-dia da sociedade”. A resposta foi dada pelo professor e pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Ércio Thomaz, durante palestra pelo primeiro dia de atividade da 7.ª edição da Semana de Engenharia da UnG. O especialista iniciou sua apresentação com uma retrospectiva do contexto econômico e político nacional – desde os anos de chumbo (década de 1960) até a estabilidade econômica na década de 1990 e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) de hoje. “A Engenharia passou por um verdadeiro caos por volta de 1980, em virtude da desaceleração da economia. Contudo, desde 1990 a profissão acompanha o ritmo de crescimento do País”, expôs Thomaz. Segundo ele, hoje são mais de um milhão de profissionais com carteira assinada na área da construção civil; e cerca de 100 mil empresas nesse ramo de atividade, criando infra-estrutura para os brasileiros. “Tenho uma ótima notícia pra vocês (futuros engenheiros): o mercado está extremamente aquecido. Não há engenheiros suficientes para acompanhar a demanda nacional”, enfatizou o pesquisador. Apesar do acentuado crescimento do País, Ércio se diz cético em relação aos benefícios coletivos, uma vez que a má distribuição de renda ainda é um dos mais graves problemas do Brasil. No que se refere à responsabilidade social do engenheiro, o professor do IPT ressalta que a idéia central é “engenhar” visando o acesso de todos à obra final. “O profissional tem de aproveitar esse crescimento e propor ferramentas que tragam benefícios a todas as camadas da população. De nada adianta, por exemplo, os avanços da engenharia automobilística se todos não puderem ter os modernos carros”, ressaltou. “Além disso, durante o processo de construção e criação é necessário não esquecer da questão ambiental. Preservar a natureza também é responsabilidade social”, disse Thomaz, enquanto mostrava fotografias de grandes obras japonesas, as quais interferem o mínimo possível no meio ambiente. A Semana – A 7.ª edição da Semana de Engenharia da UnG, que engloba atividades para os alunosdos cursos das Engenharias Civil, Mecânica e da Produção, encerrou-se na noite desta quarta-feira com as palestras dos engenheiros Carlos Romano – Recuperação de Estruturas e Proteção Superficial – e Marco Domingues – Estado da Arte da Gestão de Projetos. Na terça-feira, quem passou pela UnidadeGuarulhos-Dutra foram os também engenheiros Luis Miguel Barrese e Gustavo Alves da Costa. De acordo com o diretor dos cursos de Engenharia da UnG, prof. Wilson Aroma, a escolha dos profissionais para essa Semana teve como base as novidades do mercado. “Achamos fundamental trazer o que há de novo para que os alunos tenham idéia do que os espera no mercado de trabalho.” |