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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Paddac encerra atividades do semestre com festa

Portal UnG (25/06/2008) – Adriana Regina da Silva, 39 anos; Nathalya do Nascimento, 12 anos; Caroline dos Santos, 29 anos. Contextos de vida diferentes, mas algo em comum: o sonho de perder peso. Para conquistá-lo, o trio ingressou no Goam (Grupo de Obesidade Atendimento Multidisciplinar) e no Goami (Grupo de Obesidade Atendimento Multidisciplinar Infantil) em março deste ano. As iniciativas coordenadas pelo Paddac (Programa de Ação Docente-Discente Assistencial Comunitário), da UnG, desenvolvem uma série de ações visando ao emagrecimento saudável de seus pacientes.

O resultado foi muito mais que a perda dos quilos a mais, embora este tenha sido motivo de prêmio. “Consegui emagrecer 15 quilos, mas a minha principal conquista foi voltar a me ver como mulher, como alguém que pode alcançar suas metas”, enfatizou a cabeleireira Caroline dos Santos. “A perda de peso, para uma pessoa acostumada com a obesidade, primeiro choca. Quando você olha no espelho e passa a enxergar partes do seu corpo que você não conhecia, impressiona. Há pessoas no grupo que nem emagreceram e já estão melhores. Creio que esse é o grande mérito do Goam”, complementou a auxiliar de secretaria, Adriana Regina, que emagreceu 10 quilos. Ambas, ao lado da paciente Sueli de Oliveira Batista, foram premiadas pelo desempenho no Grupo.

A jovem Nathalya não recebeu prêmio, mas acredita que a força de vontade conquistada com a participação do Goami já é o melhor presente que poderia ter ganho. “Eu sempre lidei muito bem com o preconceito dos colegas. Sei que sou gordinha, mas também sei que tenho capacidade para emagrecer. O Grupo me mostrou isso”, disse.

As personagens foram protagonistas e platéia no evento de encerramento das atividades do 1.º semestre do Paddac, realizado nesta terça-feira (24) na Unidade Guarulhos-Centro da UnG. Além de integrantes do Goam e do Goami, participaram da cerimônia os pacientes do Grupo de Apoio Multidisciplinar ao Paciente com Câncer e do Programa de Atendimento Multidisciplinar para a Terceira Idade, ambos do Paddac; integrantes de três entidades sociais: a APAE-Guarulhos, a APAE-Arujá e o Lar Irmã Celeste; e alguns dos voluntários dos projetos da UnG. Apresentações teatrais, como o Pagador de Promessa, danças, depoimentos de pacientes e brincadeiras integraram a programação do evento.

Paciente e voluntária, a estudante do 8.º semestre de Psicologia da UnG, Maria Aparecida de Oliveira, acredita que sua participação no Paddac será de grande importância para a sua atuação profissional, além de contribuir significativamente para a sua formação humana. Na recuperação de um câncer de intestino, Cida, como é carinhosamente chamada, integrou a lista de pacientes do Grupo de Apoio Multidisciplinar ao Paciente com Câncer. Essa experiência lhe ofereceu subsídios para lidar, com ainda mais afinco, com as pessoas que hoje fazem parte do grupo. “Toda a experiência que eu tenho até agora é graças a esse trabalho. Sou muito grata ao Paddac, onde atuo há três anos. O fato de eu fazer parte do Grupo em suas duas vertentes (paciente e voluntário) possibilita a minha ação no ponto certo. Eu posso mostrar aos pacientes que estou aqui para ajudá-los da mesma forma que fui ajudada, e sei que todos podem conseguir se recuperar”, enfatizou.

Maria Aparecida disse que, a cerca de 20 dias, participou de um congresso na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) sobre terceiro setor. Segundo ela, o Paddac está no topo dos projetos sociais desenvolvidos por IES. “Nós estamos fazendo além do que foi apresentado lá”, afirmou.

Sua grande aspiração é continuar como voluntária do programa mesmo após o término do curso, e aproveitar o que aprendeu para ampliar o atendimento a outras comunidades. “Quero plantar a minha semente por aí”, disse.

Desde 1982 em atividade, o Paddac já atendeu a mais de 120 mil casos, com a colaboração de alunos e professores voluntários dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia. De acordo com o coordenador da iniciativa, prof. José Cândido Cheque, é essa atuação que faz com que o programa exista há tanto tempo e colabore para a conquista de qualidade de vida dos pacientes. “O empenho dos voluntários é visível. Eles se desdobram, cativam os pacientes. Isso é muito relevante”, ressaltou. “O nosso olhar está voltado para as técnicas que são aplicadas no atendimento, para o conhecimento dos profissionais envolvidos. Mas também há a parte humana, e creio que isso é extremamente relevante”, completou Cheque, que cita outra conquista por parte dos alunos voluntários: a valorização de diferentes profissionais, uma vez que o aluno tem contato com a ação de colegas de outros cursos.