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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Guarulhos lança programa inédito de combate ao aquecimento global com apoio da UnG

Pesquisa inédita da Universidade Guarulhos gera adoção de políticas públicas para o município de Guarulhos combater ilhas de calor
Portal UnG (29/09/2008) - O município de Guarulhos avançou no combate ao aquecimento global. Na última sexta-feira (26), a Secretaria de Meio Ambiente lançou o primeiro programa de redução de ilhas de calor nas áreas urbanas. O projeto, inédito internacionalmente, surgiu de uma pesquisa sobre os mapas termais do município identificados via satélite. A pesquisa foi desenvolvida pelo Laboratório de Geoprocessamento da Universidade de Guarulhos (UnG), com o apoio da Fapesp e a colaboração, além da Prefeitura de Guarulhos, do Instituto Florestal e da Empresa Metropolitana de Urbanização de São Paulo.

A iniciativa vai equilibrar as condições climáticas da cidade, já que a Secretaria implantará, com base científica, medidas emergenciais de arborização nos locais com maior incidência de calor. Para isso, o secretário do Meio Ambiente, Fabio Roberto de Moraes Vieira, criou uma minuta de decreto com diretrizes que devem se tornar políticas públicas nos próximos dias.

Segundo o professor Antonio Manoel Oliveira, coordenador da pesquisa e do Laboratório de Geoprocessamento da UnG, o mapa termal foi realizado para o território do município de Guarulhos e para a região da Reserva da Biosfera do Cinturão da Cidade de São Paulo (RBCV) com o objetivo de caracterizar a distribuição dos serviços ambientais, especialmente o de regulação, relativo ao conforto térmico, com base em metodologia da Avaliação Ecossistêmica do Milênio da Unesco. “O Programa Ilhas Verdes, política pública decorrente do diagnóstico realizado, compreende vários projetos, destacando-se a elaboração de diretrizes ambientais da urbanização para combate às ilhas de calor; implantação de minibosques em escolas municipais em cooperação com a Secretaria de Educação de Guarulhos; ações para adoção de telhados verdes pelas empresas, dando prioridade às áreas mapeadas com ilhas de calor mais intenso no mapa termal”, destaca o professor.

A elevação da temperatura, segundo a pesquisa, se deve entre outras coisas ao avanço da urbanização, ao assoreamento do solo e ao aumento do número de indústrias. Além de uma ação conjunta com vários setores do governo, o decreto prevê que os grandes empreendimentos a serem instalados na cidade se responsabilizem pela compensação ambiental que pode ser feita de duas formas: com a implantação de um “telhado verde”, ou com a criação de um “minibosque” no local da degradação. Esse programa foi chamado de “ilhas verdes”.

Ilhas verdes

Os “telhados verdes” são um novo conceito de paisagismo utilizado nas coberturas dos prédios. A prática é comum em locais como a Alemanha e Nova York. Segundo a pesquisa, a compensação térmica de uma árvore equivale à refrigeração de cinco ar-condicionados funcionando ininterruptamente por 24 horas. É por isso que os chamados empreendimentos ecológicos vêem na ação uma forma de economizar a longo prazo. A idéia explica algumas variações termais como as da Cidade Satélite de Cumbica, que chegam a ter 10 graus de diferença em relação à Base Aérea, a apenas alguns quilômetros de distância.

Já os “minibosques” são pequenos espaços que serão amplamente arborizados para, entre outras finalidades, aumentar a umidade do ar, equilibrar a temperatura, possibilitar maior permeabilização do solo e conseqüente absorção das chuvas.
Além das ações com as empresas que estão chegando à cidade, a Secretaria já está negociando a criação de incentivos fiscais para as empresas anteriormente instaladas nas zonas industriais que desejam aderir ao programa.

O Programa Ilhas Verdes também foi apresentado e recebido com elogios ao Conselho da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (RBCV), na última quinta-feira (25). O Conselho da Reserva da Biosfera de São Paulo, além de apoiar a iniciativa, irá divulgá-la para todos os 73 municípios que compõem a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo.
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