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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Estudo mostra que ter curso superior pode aumentar a renda em até 156%

Pesquisa aponta que o investimento com maior possibilidade de retorno está mesmo nos bancos escolares

Nem poupança, nem tesouro direto ou ações na bolsa. Números recentes apontam que o investimento com maior possibilidade de retorno está mesmo nos bancos escolares. Estudo promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que ter curso superior resulta em um aumento de até 156% nos rendimentos. Um salário mínimo de R$ 622 seria elevado para quase R$ 1.600,00, por exemplo; um salário de R$ 2 mil viraria R$ 5.120,00 com curso superior. É o mais alto índice entre todos os 30 países pesquisados. O levantamento aponta ainda que, nos países analisados, em média, um indivíduo que concluiu a educação superior recebe pelo menos 50% a mais do que uma pessoa com ensino médio concluído. “Além de aumentar as chances de uma boa colocação no mercado de trabalho, o investimento nos estudos acelera o retorno financeiro”, afirma o economista Antonio de Azambuja, professor da UnG. “O antigo conselho dos pais e avós –  "Vá estudar menino, para crescer na vida" – nunca teve tanto mérito, complementa.

Autor, ao lado de Willan Eid, do livro Como Planejar a Educação (Publifolha, 72 p.), Fábio Gallo acredita que ingressar na universidade se tornou questão não apenas de aumento salarial, mas de sobrevivência. Se a pessoa não o fizer, não consegue tirar as barreiras de concorrência imediata impostas pelo mercado de trabalho. “Todos os indicadores deixam claro: a educação possibilita o acesso ao emprego, cuja faixa salarial acompanha paralelamente o nível de instrução, ou seja, quanto maior o grau de escolaridade, maior o ganho”.

Na UnG, graças ao curso superior, seis estudantes por dia foram inseridos no mercado em 2012.

Por onde começar

Se já ficou claro que o ingresso no ensino superior é o melhor investimento para a vida e carreira, a questão, para muitos, é como custear um curso superior em instituição particular sem ter grandes recursos financeiros. “Não importa o tamanho da renda, se houver planejamento e uma definição de meta realista, a pessoa conseguirá aquilo que almeja”, diz Fábio Gallo.

As linhas de crédito voltadas exclusivamente para a educação, como o Fies, são boas saídas para o vestibulando de baixa renda. Para os que desejam custear o ensino com recursos próprios, o primeiro passo é canalizar seu dinheiro, deixando de lado, mesmo que por um momento, o passeio com os amigos, o carro novo e a viagem de férias. “É difícil? Extremamente. Mas se houver esforço pessoal, tenho certeza de que haverá bons resultados. Abdicar de prazeres imediatos visando conquistas futuras fez parte da vida de todos aqueles que alcançaram o sucesso profissional”, acredita o autor.

O economista Antonio de Azambuja dá exemplos simples de como economizar para investir na carreira. Para os baladeiros de plantão, por exemplo, ele sugere riscar da lista o consumo de cerveja. “Em alguns bares, o custo por uma lata da bebida pode chegar a R$ 5. Se consumir três por semana, estamos falando de R$ 15. Em um ano, R$ 780,00; e, em quatro anos – média de duração dos cursos de graduação –, mais de R$ 3.100,00 que podem ser economizados.

Para os fumantes, ótimo motivo para abandonar o cigarro. Se o consumo diário for de um maço, o custo anual para manter o vício gira em torno de R$ 1.900,00. Em quatro anos, R$ 7.300,00. “Além de bom para o bolso, ótimo para a mudança de hábitos e para a qualidade de vida”, expõe o docente. “Essas economias básicas podem ser preponderantes para quem faz cálculos na ponta do lápis para garantir o pagamento mensal do curso universitário”.

É um esforço que vale a pena, pois, numa economia em desenvolvimento, o prêmio à educação é muito alto. Pessoas bem preparadas são escassas e se tornam um ativo importante na estrutura produtiva.

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