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terça-feira, 5 de junho de 2007

Alunos de Geografia realizam diagnóstico ambiental no Cabuçu

Primeira etapa do projeto foi realizada com a participação de mestrandos em Análise Geoambiental
A ocupação de áreas rurais e sua transformação em espaços urbanos, quase sempre de forma desordenada, é um dos principais motivos de diversos desequilíbrios ambientais sentidos diariamente pela população brasileira.

Erosões, assoreamentos, enchentes, entre outros processos geológicos ocupam a lista de reflexos que podem ser evitados, com consciência e a ajuda de especialistas propostos a ensinar o caminho para isso.

Guarulhos, ao que parece, caminha a passos largos nessa direção. A consciência, que parece ser geral, ficou evidente numa pesquisa realizada pelo Ibope. De acordo com o Instituto, cerca de 80% dos brasileiros afirmam que estão preocupados com a questão ambiental do planeta. Quanto à ajuda, um grupo de estudantes do curso de Geografia da UnG (Universidade Guarulhos) se propôs a dar.

Através de um diagnóstico ambiental de microbacias urbana, projeto de iniciativa do Laboratório de Geoprocessamento da Universidade, cujo coordenador é o prof. dr. Antonio Manoel de Oliveira, o mesmo idealista do Projeto Cabuçu, estudantes do 5.º semestre da graduação vêm estudando o meio urbano dos bairros Recreio São Jorge e Novo Recreio, na região do Cabuçu. O propósito é detectar problemas ambientais que devem ser corrigidos e evitados. “Os estudantes foram divididos em grupos, que deverão realizar um trabalho de campo e elaborar um diagnóstico com recomendações para ser apresentado posteriormente”, explica Oliveira. “Para a realização desse levantamento, escolhemos cinco temas cujas inicias compõem o termo VERAH: Vegetação, Erosão, Resíduos, Água e Habitação”, completou.

A primeira das três etapas do projeto aconteceu no dia 21 de abril. Os estudantes, acompanhados do prof. Antonio e de duas mestrandas de Análise Geoambiental da UnG (Gabriela da Costa Gomes e Sandra Emi Santo), que realizam pesquisas no mesmo perímetro, desenvolveram, entre outras atividades, uma análise da carta topográfica da região, destacaram os cursos d’água, marcaram o ponto de fechamento da bacia, traçaram os divisores de água e, enfim, delimitaram a microbacia do Córrego Taquara do Reino. “Antes do trabalho de campo, tivemos de definir o que, afinal, é meio ambiente, quais seus principais componentes e como poderíamos utilizar uma microbacia urbana como unidade para o diagnóstico ambiental”, diz o coordenador do Laboratório.

Os componentes do meio ambiente podem ser divididos em três conjuntos: o meio físico (ou abiótico), o biótico (flora e fauna) e o antrópico (ou socioeconômico, ou cultural). Neste diagnóstico, contudo, o grupo optou por adotar o meio físico e a bacia hidrográfica, em particular a microbacia, como critério de delimitação do meio ambiente urbano. “Uma bacia hidrográfica é uma área delimitada pelas cotas dos terrenos mais elevados, cujo escoamento das águas de superfície, formadas pela chuva, se dirige para os fundos de vales, concentrando-se num único curso d’água, que dá o nome à bacia e que deságua num curso maior”, expôs Oliveira.

Segundo o professor, estão entre as principais vantagens de se adotar a microbacia urbana como unidade de diagnóstico ambiental: o fato de ela representar o componente (meio físico) mais permanente ao longo do tempo, delimitar um terreno onde se manifesta o comportamento da água que comanda os processos superficiais de erosão, assoreamento, etc; e ser considerada unidade de planejamento para questões ambientais, destacando-se a criação e o funcionamento dos Comitês de Bacias segundo a Política Nacional de Recursos Hídricos e os programas de microbacias rurais para a conservação do solo e da água.



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