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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Trote Solidário da UnG incentiva a responsabilidade social entre os calouros

Arrecadação de alimentos e doação de sangue e medula óssea estão entre as ações trabalhadas com os universitários. Vice-reitora de Extensão, Cultura e Apoio Comunitário faz balanço sobre as atividades
Portal UnG (17/02/2009) – Ao invés de cabelos raspados, arrecadação de alimentos. Tinta no rosto? Não. Incentivar a doação de sangue e medula óssea pode proporcionar um efeito muito melhor para quem acaba de realizar o sonho do ingresso na universidade. A formação de cidadãos socialmente responsáveis foi a tônica da semana de recepção aos calouros da UnG, cujas ações foram realizadas de 9 a 13 de fevereiro em todas as unidades da Instituição.

A questão, que faz parte dos valores da Universidade, é explorada em diversas ações. Por meio da Gincana Solidária, por exemplo, os calouros disputam o título de “Curso Cidadão 2009”. Para alcançá-lo, é preciso liderar a lista de maiores arrecadadores de alimentos da campanha. Arroz, feijão, óleo, leite (...) Tudo é bem-vindo e vale ponto. No final da brincadeira muitos ganham: os alunos, que aprendem o significado de cidadania; e as entidades assistenciais de Guarulhos, São Paulo e Itaquaquecetuba, as quais receberão as doações por meio do Banco de Alimentos dos respectivos municípios. “No momento em que ouvimos notícias sobre trotes violentos, é um alento saber que a universidade em que estudo repudia este tipo de ação e preza por inserir o estudante no caminho da responsabilidade”, expõe o estudante Anderson Siqueira, que embora seja calouro da Matemática, é veterano na UnG, pois cursa a segunda graduação.

Salvar vidas também é meta do trote solidário. O Programa Vida!, desenvolvido em parceria com a Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo e o Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, evidenciou como a doação voluntária de sangue e medula óssea pode resultar em milhares de vidas salvas. “De extrema relevância a iniciativa da UnG. Se todas as instituições de ensino tivessem a mesma preocupação, formaríamos não apenas profissionais, mas também cidadãos engajados socialmente”, expôs Fabiana Borges, do Hemocentro. “O trote da UnG é um diferencial. Estimular ações sociais possibilita promover ganhos para a população e também para os estudantes. Muitas vezes não sabemos como contribuir para o bem da sociedade. Aqui, a Universidade Guarulhos apontou o norte”, complementou Camila Hinsching, da AMEO.

Os calouros aprovaram as ações. Elga Calado e Ana Carolina, ambas ingressantes do curso de Engenharia Civil, elogiaram a abordagem dos temas. “A idéia de promover um trote solidário e debater questões como fome e doação de sangue ajudam a sensibilizar para assuntos de preocupação nacional”, concordam as futuras engenheiras.

De acordo com a vice-reitora de Extensão, Cultura e Apoio Comunitário da Instituição, Profa. Maria Helena Krüger, os alunos foram convidados a compartilhar os valores acadêmico e humanista da UnG, para atuar, desde agora, na formação de uma sociedade justa. “Nosso calouro, quando se inscreve para o processo seletivo, já inicia seu ato solidário fazendo a doação do valor de sua inscrição para uma das instituições assistenciais cadastradas. O Trote Solidário vêm reforçar nosso compromisso com a formação de um profissional cidadão e prepará-lo para ingressar em um de nossos 62 projetos de extensão, desenvolvidos para promover a qualidade de vida da população”, cita (clique aqui e leia a entrevista na íntegra com a vice-reitora da UnG).

Mas, o ganho dos novos integrantes da comunidade acadêmica da UnG não ficou restrito apenas à conscientização social. Graças a empresas parceiras, diversos brindes foram sorteados para os calouros: livros, filmes, entradas vips em badalados bares paulistanos, hospedagens em grandes hotéis e até uma temporada de oito dias em Porto Seguro, na Bahia, estão na lista de prêmios distribuídos aos calouros. “O mais bacana é poder, já nos primeiros dias de aula, conhecer e se integrar com as pessoas que farão parte de nossas vidas nos próximos anos. Sem essas brincadeiras, isso não aconteceria de maneira tão rápida”, acredita Aline Maia, caloura do curso de Engenharia da Produção.

Os serviços da Universidade também estiveram em pauta. Representantes de setores da UnG, como biblioteca e secretaria-geral, falaram sobre o funcionamento dos espaços aos estudantes, que ainda tiveram a oportunidade de discutir sobre estágios, educação inclusiva e conhecer parte do que aprenderão nos próximos anos como universitários.

Salvar vidas

Davis Gimenes, calouro de Matemática, teve hepatite B quando criança, o que, no pensamento dele, tirava qualquer chance de fazer o teste para doar sua medula à prima com leucemia. “Para mim, os critérios eram idênticos aos utilizados na doação de sangue”, disse.

A palestra ministrada aos calouros da UnG pela bióloga Camila Hinsching, da Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo, esclareceu ao estudante que a hepatite não influência na doação. “Vou fazer os testes e, se comprovar a compatibilidade, com certeza irei ajudar minha prima, que está sofrendo à procura de um doador”, enfatizou Gimenes.

“A procura é realmente incansável”, afirmou em entrevista ao Portal UnG a representante da AMEO. “A probabilidade de alguém da família apresentar compatibilidade para doar a medula é de 25%. Hoje, apesar dos mais de 900 mil doadores voluntários existentes no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, há muita gente na fila de espera”, completa Camila, que além de informações sobre o processo de doação, traz para as suas apresentações um exemplo de luta.

Aos 18 anos descobriu que tinha leucemia. Foi por causa de sua batalha para encontrar um doador que ingressou na Associação, composta basicamente de pacientes reabilitados e seus familiares, além de especialistas. “Buscamos a sensibilização das pessoas para a causa. Antes do nosso trabalho eram feitos cerca de 30 transplantes por ano. Hoje, são mais de 150, mas ainda precisamos de mais”, aponta.

Ao que depender da boa vontade de pessoas como Anderson Siqueira, o calouro de Matemática, a entidade alcançará metas auspiciosas. “Com certeza vou me tornar um doador voluntário e tentarei convencer minha família a fazer o mesmo”, afirmou o estudante, que já é doador de sangue assíduo.

Assim como ele, outros calouros aprenderam que o processo de doação de medula óssea é simples e não tem contra-indicação. Isso fez com que muitos saíssem das palestras com a ficha de pré-inscrição de doador debaixo do braço. “Em todos os lugares percebemos que as pessoas são muito solidárias, mas que falta informação. A partir do momento em que informamos que mostramos que não precisa ter medo, há uma grande adesão. A doação precisa ser desmitificada”, acredita Camila.

O mesmo acontece com o ato de doar sangue. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 1,8% da população mundial doa sangue, quando o ideal para manter os bancos de sangue sempre cheios é de 5%. “Graças ao trabalho do Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo estamos conseguindo arrebatar cada vez mais doadores. Isso é de extrema importância para salvar vidas, especialmente em épocas como o carnaval, quando o número de acidentes com vítimas aumenta drasticamente”, pontua a representante do Hemocentro, Fabiana Borges.

De acordo com ela, a colaboração de parceiros, como o curso de Enfermagem da UnG, é de fundamental importância para atingir números satisfatórios.

Os estudantes interessados em se tornar um doador de medula óssea podem preencher o pré-cadastro, cujo formulário pode ser impresso aqui ou retirado no setor de Atendimento Comunitário e na Clínica de Enfermagem da UnG, mesmos lugares que devem ser entregues. Se o número de voluntários ficar entre 100 e 500, a Associação de Medula Óssea envia à UnG uma unidade móvel para colher uma amostra de sangue dos inscritos e verificar sua compatibilidade. Caso o número seja inferior ao citado, o aluno deverá comparecer ao Hemocentro da Santa Casa de São Paulo para realizar o procedimento. Após o término da campanha na UnG, os interessados em ser doador podem preencher o cadastro no site da AMEO (www.ameo.org.br).

Em relação à doação de sangue, o procedimento pode ser agendado no site do Hemocentro (http://www.santacasasp.org.br/doesangue/campanha.asp). O doador também pode ir à Santa Casa de São Paulo ou a qualquer hospital público.

Saiba como é feita a doação de medula óssea

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