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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Professora da UnG conquista primeiro lugar na Olimpíada de Língua Portuguesa

Portal UnG (07/12/2010) – Patrícia Alves de Amorim Percinoto, professora dos cursos tecnológicos e Administração da UnG, e seu aluno Fábio Henrique Silva Anjos, de 11 anos, estudante da EMEF Frei Antônio de Santana Galvão, em São Paulo, conquistaram o 1.º Lugar na Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, Categoria Poema. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 29 de novembro, em Brasília, e reuniu os 152 finalistas de todas as categorias da disputa: poema, memórias, crônica e artigo de opinião. Participaram do evento, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Ministro da Educação, Fernando Haddad.

No poema “Não ter onde morar”, o aluno Fábio utiliza a intertextualidade, referindo-se às canções “Trem das Onze” e “Saudosa Maloca”, de Adoniran Barbosa, e retrata a desapropriação da Favela da Torre, localizada no bairro Jaçanã, em São Paulo, onde ele morava com a família.

Para a docente, a Olimpíada de Língua Portuguesa proporcionou uma experiência maravilhosa. “A metodologia proposta pelo projeto, as intervenções, a dedicação e o amor à docência transformaram em campeão um aluno que não dominava as especificidades do gênero poesia, a tipologia textual e ainda apresentava dificuldades ortográficas. Essa vitória contribuiu para melhorar a imagem da escola e resgatar a autoestima dos alunos”, expôs.

Com a vitória, Fábio e a professora conquistaram valorização, reconhecimento, motivação, sentimento de pertencimento, além de medalha de ouro, um aparelho de som portátil, livros, um computador e uma impressora. Patrícia ainda recebeu um autógrafo do presidente Lula em sua dissertação de mestrado, que analisa a campanha presidencial em 2002. A EMEF foi contemplada com um laboratório de informática (10 computadores), uma impressora e livros para a biblioteca.


NÃO TER ONDE MORAR

Eu moro em São Paulo.
Bairro do Jaçanã,
Eternizado por Adoniran.

Confusão na viela.
Nunca vi uma coisa daquela.
Em questão de instantes acabou a favela.

Muitos barracos no chão.
É hora da desapropriação.
Cada tábua que caía, doía o meu coração.

E a população?
Ficou sem eira, nem beira, nem chão.
Houve até manifestação.

Sem ter onde morar.
Fiquei sem lar.
A favela era o meu lugar.

Agora só resta a mudança.
Acreditar na esperança.
Ainda sou uma criança.
E espero a bonança.

Palavras do poeta inspiram lembrança:
Saudosa maloca, maloca querida.
Lá na Torre “nóis passemo”
“Dias feliz” da nossa vida.

Quero um mundo melhor.
E sair dessa pior.
Já são onze horas, não posso perder o trem.
Que já vem... Que já vem... Que já vem...
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