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sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Obesidade e cirurgia bariátrica foram alguns dos temas abordados na XVII SENUnG

Evento teve três dias de duração e contou com palestras de professores e especialistas convidados
Desde segunda-feira até a noite da última quarta-feira, o curso de Nutrição da UnG colocou em pauta uma série de discussões em torno da profissão pela XVII Semana Acadêmica da graduação. Docentes e especialistas da área trouxeram aos alunos temas da atualidade, como a atuação do nutricionista na Vigilância Sanitária, segurança alimentar e nutricional e os preocupantes aspectos da obesidade.

De acordo com a Associação Brasileira de Estudos para a Obesidade (Abeso), há cerca de 1 milhão de obesos no Brasil. Entre as principais causas da doença estão os maus hábitos alimentares, os distúrbios hormonais, metabólicos ou neurológicos.

A obesidade está ligada a uma série de complicações a curto, médio e longo prazo. Pessoas obesas têm maior tendência a apresentar pressão arterial elevada, diabetes e alterações dos lípides sanguíneos (colesterol, triglicérides, etc.).

Assim como há obesos que não desenvolvem essas complicações, há indivíduos um pouco acima do peso ideal que acumulam gordura no abdômen, têm níveis de triglicérides e colesterol alterados, pressão arterial ligeiramente elevada e, embora não cheguem a ser diabéticos, nos testes de glicemia, mostram que o nível de açúcar no sangue está um pouco acima do normal. Essas são características de um quadro descrito em 1988 como síndrome X e, hoje, como síndrome metabólica ou plurimetabólica. “Uma alimentação equilibrada, com consumo de frutas, verduras e legumes, somada à atividade física é algo recomendado para prevenir várias doenças, inclusive a síndrome metabólica”, explicou o nutrólogo e professor da UnG Roberto Vaz, que ministrou palestra sobre o tema nesta quarta-feira. “O problema é entendido como a somatória de fatores de risco que podem se manifestar no indivíduo, aumentando a probabilidade do surgimento de doenças cardíacas, derrame e diabetes”.

Uma das ferramentas que vêm sendo utilizadas como tratamento para essa pandemia é a cirurgia bariátrica. Indicada para pacientes com altos índices de obesidade, as cirurgias para redução de estômago cresceram 233% nos últimos dois anos no País – um aumento vertiginoso na rede privada e bem mais lento no Sistema Único de Saúde (SUS) –, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCB). Nesse período, a prática estendeu seu alcance e começou a ser cada vez mais realizada em adolescentes e idosos nas clínicas particulares. Embora traga muitos benefícios, a cirurgia bariátrica não faz milagre. Existe 0,5% de taxa de mortalidade, índice aceito mundialmente. E algumas pessoas apresentam problemas que precisam ser corrigidos depois. Mas, no geral, quando bem indicada, para casos em que são necessárias, as cirurgias auxiliam a perda e a manutenção do peso.

De acordo com a nutricionista formada pela UnG e especialista em Fisiologia da Nutrição, professora Patrícia Caldeira, que realizou palestra no segundo dia de evento sobre os aspectos nutricionais da cirurgia bariátrica, o profissional da área de nutrição tem um importante papel antes e após a realização da cirurgia. “Temos de lidar com diversas dificuldades. Antes de o paciente se submeter à operação, nosso papel é estimular a perda de peso pré-operatória para diminuir riscos. Depois, temos de estabelecer dietas para suprir a necessidade de proteínas, calorias e carboidratos, substâncias que os pacientes deixam de ingerir em quantidades ideais em decorrência da diminuição do estômago”, diz a especialista, que é mestranda em Nutrição e Metabologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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