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terça-feira, 17 de março de 2009

Programa de Triagem Auditiva Neonatal de Guarulhos tem participação da UnG

Iniciativa irá diagnosticar e oferecer tratamento a problemas auditivos em recém-nascidos. Clínica de Fonoaudiologia da Universidade receberá encaminhamento
Portal UnG (17/03/2009) – A Secretaria de Saúde de Guarulhos lançou oficialmente nesta terça-feira (17), no Hospital Stella Maris, o Programa de Triagem Auditiva Neonatal, iniciativa desenvolvida em parceria com o curso de Fonoaudiologia da Universidade Guarulhos (UnG).

O Programa irá beneficiar os milhares de bebês que nascem anualmente nos hospitais públicos municipais e apresentam algum risco de perda auditiva, reflexo de doenças hereditárias, infecções congênitas, como toxoplasmose, sífilis, rubéola, entre outras, ou mesmo por terem passado mais de 48 horas na UTI Neonatal. “Os indicadores são preocupantes”, alerta a diretora do curso da UnG, profa. Eliana De Martino. “Um bebê que apresenta alteração auditiva, se atendido precocemente, poderá ser um adulto inserido sem sequelas na sociedade”, complementa a fonoaudióloga.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para os bebês que nascem sem as características de risco, as chances de desenvolverem algum problema auditivo é de 1 a 6 em 1.000 por nascidos vivos; já para os que apresentam alguma das peculiaridades citadas, o indicador é de 1 a 4 em 100 crianças nascidas. “No Brasil, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 14,5% da população apresenta alguma deficiência; 1,5% são portadores de doenças auditivas. Em Guarulhos, são mais de 18 mil deficientes auditivos”, apontou a professora do curso de Fonoaudiologia da UnG e fonoaudióloga da Maternidade Jesus, José e Maria, Tais Godói Escarpelini.

O Programa de Triagem faz parte do Programa de Saúde Auditiva já desenvolvido pela Prefeitura de Guarulhos e atenderá os recém-nascidos dos três hospitais públicos municipais: Stella Maris, Jesus, José e Maria e Hospital Geral de Guarulhos.

Diretor-clínico do Stella Maris, o médico Alaor Ferreira Jr. disse que a triagem existia no hospital apenas para atender aos pacientes com planos de saúde privados, uma vez que o serviço público não previa o custeio desse exame. “A implantação do serviço ajudará a reduzir significativamente o número de crianças que desenvolvem problemas auditivos na cidade. Nossa meta é não restringir esse diagnóstico apenas aos recém-nascidos da categoria de risco, mas estendê-lo a 100% das quase 300 crianças que nascem mensalmente no Stella Maris”, afirma Ferreira.

A meta é compartilhada pelo Programa. Segundo Eliana De Martino, o objetivo é instalar, a médio prazo, a Triagem Auditiva Neonatal Universal para atender 95% dos neonatos do município.

De acordo com a pediatra Telma de Moura Reis, coordenadora do projeto Nascer Bem, da Secretaria de Saúde, nesta primeira etapa todos os bebês que se enquadrarem no grupo de risco deverão passar por uma triagem realizada pelas equipes de fonoaudiologia dos próprios hospitais. Se detectado algum problema, a criança será encaminhada para tratamento. “A Prefeitura disponibilizou três aparelhos de emissões otoacústicas e de BERA, fundamentais para a detecção de problemas auditivos”, expõe a médica.

O tratamento nesta fase da vida, segundo a diretora do curso de Fonoaudiologia da UnG, não é medicamentoso, apenas interventivo. Os profissionais deverão utilizar técnicas como a fonoterapia, adaptar aparelho auditivo ou optar por implante coclear. “O bebê que apresentar algum distúrbio deverá iniciar tratamento de reabilitação no máximo até os seis meses de vida. Quanto maior a demora, menor a possibilidade de a criança desenvolver a fala”, orienta.

A Clínica do curso, localizada na Unidade Guarulhos-Centro da Universidade Guarulhos, será um dos locais onde os bebês serão acompanhados. A previsão, diz a fonoaudióloga, é atender, ao menos, 40 bebês por mês no espaço. “Mas a ação não será momentânea. A criança receberá acompanhamento até os dois anos de vida, uma vez que mesmo sanada, a probabilidade de a alteração auditiva retornar até essa idade é grande”, alerta.

A atuação da UnG não fica restrita aos atendimentos. As professoras Eliana De Martino e Tais Godói Escarpelini são também responsáveis, ao lado de outros profissionais, pela elaboração e implantação do Programa de Triagem Auditiva Neonatal. “Enquanto Academia, foi importante para a UnG participar dessas etapas de desenvolvimento. Isso evidencia a credibilidade dos profissionais da Instituição”, afirma Eliana.

Para o secretário de Saúde de Guarulhos, Carlos Derman, a parceria com a Universidade foi decisiva para a implantação do serviço e continuará sendo para o atendimento da demanda. “A UnG e seus profissionais vêm contribuindo de maneira significativa para a consolidação desse projeto”, afirmou Derman, também vice-prefeito da cidade. “Mas a troca é interessante, uma vez que o programa abrirá portas para a atuação dos estudantes do curso”.

A secretária-adjunta de Saúde, dra. Tereza Tashiro, idealizadora da iniciativa, disse que o desenvolvimento do Programa será acompanhado por uma comissão composta por profissionais da saúde e representantes da Secretaria e da Universidade Guarulhos.

Os aparelhos de emissões otoacústicas e de BERA custaram à Prefeitura mais de R$ 100 mil. A entrega foi feita pela presidente do Fundo Social de Solidariedade de Guarulhos, Lourdes Almeida.


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