terça-feira, 16 de agosto de 2011
Diretor de História lança livro no Memorial da América Latina
Evento terá debate sobre democracia e revolução. Entrada é gratuita
Portal UnG (16/08/2011) – O diretor do curso de História da UnG, prof. dr. Everaldo de Oliveira Andrade, lança no próximo dia 24, às 19h, a obra "Bolívia: democracia e revolução – a comuna de La Paz de 1971". O lançamento, que acontece na biblioteca do Memorial da América Latina, próximo à estação Barra Funda do metrô, será seguido por um debate com os professores Maria Helena Capelato (USP), Antonio Rago (PUC-SP) e Carlos Alberto Sampaio (Unesp-Franca).A entrada é gratuita e aberta a todos os interessados.
Serviço
Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda
O livro – Sinopse
Em 1964, um golpe apoiado pelos EUA leva os militares ao poder na Bolívia. O movimento não tarda a perseguir lideranças populares, demitir trabalhadores, rebaixar salários e perpetrar massacres. Sob o governo do general René Barrientos, em 1967, Che Guevara é capturado e executado. Um acidente aéreo mata Barrientos em abril de 1969. Em setembro, outro golpe leva à presidência o general Alfredo Ovando Candia, que inicia uma distensão, permitindo a rápida reorganização do movimento operário. Em 1970, o militar nacionalista Juan José Torres toma o poder, acelerando a abertura política e a mobilização dos trabalhadores. A Bolívia conhece, então, uma das mais profundas experiências de democracia direta do século XX, a Assembleia Popular. Durante alguns meses de 1971, sindicalistas operários e camponeses, estudantes e militantes de esquerda debatem novas formas de organização e de intervenção na sociedade. Comunistas, trotskistas, maoístas e nacionalistas deliberam sobre o controle operário da produção, formas de representação popular e modos de proteger o novo poder em gestação, entre muitos outros temas.
Torres recusa-se a armar os revolucionários, que tentam resistir, mas são vencidos pelo golpe do coronel Hugo Bánzer, apoiado pelos governos do Brasil e dos EUA. Não é por acaso que pouco conhecemos esta história no Brasil. A rigor, ela nem precisou ser apagada da nossa memória, pois a censura direta ou indireta tratou de manter essa experiência radical distante da nossa vida política. Para além disso, até os anos 1990, pouco se estudava no Brasil sobre a Bolívia. O livro de Everaldo de Oliveira Andrade tem justamente essa força, a de revelar não só o dia a dia e os documentos produzidos no calor da hora pelas forças que disputavam a liderança da Assembleia, como também a história que permitiu o surgimento dessa experiência pioneira na América Latina, que buscou nos sovietes russos e na Comuna de Paris as referências para construir um poder popular.
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